sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Fuja!

Fuja! A palavra de ordem que paira sobre a mente e o coração de quem está no cativeiro. Quando o prisioneiro é refém de uma injustiça, a voz que grita 'fuja agora' é ainda mais forte. O cativo, cativado agora, não pela situação que o levou às amarras, mas sim pelo desejo esperançoso de ganhar a liberdade e uma nova vida, ou então, de voltar a vida melhor de outrora começa a pensar, estudar, encontrar uma maneira de   viver novamente sem a opressão aniquiladora dos sonhos e usurpadora das expectativas.
Quantos de nós somos cativos de si? Quantos dias, anos e vidas inteiras são oprimidas dentro de uma sela pequena e mesquinha chamada frustração? Falo aqui de nós, cativos dos olhos que querem comer tudo o que se vê, das células olfativas que aumentam a salivação e a compunção por aquilo que é saboroso mas nem sempre saudável. Falo dos muitos prisioneiros de uma cadeia invisível. Pessoas que por estarem presas não recebem apoio ou absolvição, mas sim ainda mais condenação dos olhares mudos e inertes a condição humana do próximo, que aqui, além de 'gordo é relaxado, preguiçoso, estagnado, fracassado...' e tantos outros adjetivos que só contribuem para que os anos nas solitárias da morbidez sejam ainda mais cruéis. Cativos dos medos, e como são grandes os medos... As doenças relacionadas a sentença estão sempre por perto, como a gangue rival que tortura, ameça, maltrata e mata. Cativos da falta de amor próprio, e muitas vezes da falta de atitude, não por querermos ser assim, pois não há cativo por livre e espontânea vontade. Não é fácil sair dessa prisão, são muitos os portões e muros até a liberdade, mas nada disso é mais forte que a determinação de quem quer mudar de vida. O cativeiro não é uma condição permanente, e por mais que aparente impossibilidade, ele pode deixar de existir na minha e na sua vida. Não podemos crer que SOMOS cativos, mas entender que ESTAMOS, e aqui, o verbo 'estar' manifesta uma condicional, viver no cativeiro é uma condição de vida, particularmente neste cativeiro de vidas obesas, há luta pela sobrevivência reflete claramente a mudança da condição de preso para liberto. Essa condição muda a partir do momento que a nova vida for mais desejada que a mastigação de besteiras fora de horário ou os exageros sutis. A condição de livre, absolvido, saudável, vivo é mais fácil de ser alcançada quando a atitude, mesmo pequena, dá o ar da graça. Atitude é um advogado de defesa poderoso que inibi qualquer manifestação da acusação, pois a culpa não prevalece mais e a voz que instiga a fuga ganha mais força, e os grilhões vão ficando para trás e caminhada fica mais rápida, o horizonte vai alcançando o infinito e a liberdade manifesta seu esplendor. Pense, escreva, planeje uma forma de fugir. Eu estou conseguindo, logo qualquer pessoa pode conseguir. Não há fuga sem estratégia e sem sacrifício, além disso, muitos podem ajudar, mas o sucesso da missão é individual. Lute por você, quando começar a fazer isso de verdade e com o coração vai ver que a terrível prisão não é mais suficiente para segurar você.

Nenhum comentário:

Postar um comentário