sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Dia Nacional de Prevenção à Obesidade

Ontem, dia 11 de Outubro, foi o Dia Nacional de Prevenção à Obesidade.
Um dia que passaria em branco não fosse o anúncio do Ministério da Saúde* sobre a diminuição na idade mínima para cirurgia bariátrica  [antes 18 anos e agora 16] realizada pelo SUS quando é constatado o risco de morte para o paciente.
Isso é bom, não digo que a cirurgia é o melhor caminho, vejo a cirurgia como uma carta na manga, o recurso que pode ser usado, mas com cautela e cuidado. Não devemos entregar a esperança de dias melhores totalmente ao procedimento cirúrgico, devemos lembrar que se engordamos sem cirurgia é possível emagrecer sem ela. Ver o Ministério da Saúde dar tal notícia causa um misto de alegria e de preocupação, haja vista que a cirurgia, apesar de muito necessária em alguns casos não é um método de prevenção [talvez uma incoerência no do dia 11 de Outubro], mas sim um método de reparação.
Enquanto não houver uma educação voltada para a boa alimentação ou um programa de incentivo aos bons hábitos alimentares nada trará o resultado ideal. Esquecemos de que uma cirurgia muda a anatomia do aparelho digestivo mas não transforma a mente e o coração de uma pessoa gordinha [mesmo que o gordinho não seja tão gordinho assim]. O procedimento cirúrgico salva vidas, sim, mas há mudança de hábitos salva a vida e o estômago [risos]! É passada a hora de voltarmos nossa atenção para a real prevenção à saúde, principalmente das crianças e jovens, eles estão entrando na faixa de obesidade cada vez mais cedo. Para se ter uma ideia, hoje no Brasil, pessoas com idade entre 10 e 19 anos, 21,7% dos brasileiros, apresentam excesso de peso. Em 1970, o índice era 3,7% [dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2009 (POF)]. É muito mais caro e arriscado [porém prático e conveniente] diminuir a idade para cirurgia bariátrica do que aumentar e melhoras as políticas públicas de prevenção.
Que as pessoas submetidas a cirurgia, seja por real necessidade ou por maior facilidade, consigam ter uma melhora de vida real, passando por uma nova aprendizagem, entendendo que apesar da cirurgia é possível voltar a engordar caso não se reeduque, ou seja, caso não mude realmente de mente.

* Disponível em http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2012/10/11/sus-reduz-idade-para-cirurgia-bariatrica e acessado em 12 de outubro de 2012

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Balança, venha cá que eu quero lhe usar


Ela é verdadeira, nem sempre generosa, a mais sincera e leal,  podemos pisá-la, subir nela e mesmo debaixo de nossos pés não deixa de falar a verdade.
Pois é, se você não a conhece eu lhe apresento: Fulano de Tal esta é a Balança.
Sim, a balança, por incrível que pareça, ela deve ser uma das suas melhores amigas durante o processo de emagrecimento e também na manutenção do peso.
É uma ferramenta que no começo pode causar espanto. Na minha vida de gordinho me ausentei dela e o resultado foi drástico. Quando subimos em uma balança e nos assustamos com a veracidade dos dígitos ou do ponteiro, brota junto com o choque a vontade de não olhar para uma delas nunca mais. Me lembro de uma vez que subi na balança quando tinha 17 anos, ali levei um susto, o mostrador digital [não sei porque, mas gordinho não é muito chegado em balança analógica, aquelas enormes que permitem que todo mundo da farmácia veja o ponteiro disparar oeste para este em uma velocidade absurda] indicava 105kg... "Meus Deus, estou pesando 105 quilos, onde vou parar etc...". O susto passou, na verdade, eu enterrei ele debaixo de uma alimentação ainda mais errada. A lembrança da balança aos poucos é colocada em um lugarzinho da memória que evitamos visitar. O tempo passou, comecei a trabalhar, foi uma época bacana, primeiro trabalho, desafios, incertezas e blá, blá, blá... Lá estava eu com minha alimentação toda invertida, equivocada. Certo dia eu me aventurei a bater um papo com a balança outra vez, sabia que não seria fácil, afinal, depois de quase dois anos sem conversar com ela poderia encontrar ali um resultado não muito favorável, coisa de dois ou três quilos a mais. Bom, primeiro um pezinho, depois outro pezinho, pronto, ela foi categórica e sem cerimonia soltou o verbo: 116kg... centooo e dezesseisss quilosss... Novamente a vontade de fugir me encontrou, fiquei abismado, assombrado. Neste dia a certeza de que precisava a fazer algo urgente tocou a sirene da minha consciência mais uma vez e assim como nos meus 17 anos agora ecoava por minha mente um grito consciente da necessidade de mudar de vida. Bom, embora alto o grito não consegui afugentar meu medo da balança e mais uma vez eu corri [que metáfora calhordas, eu correr, só no pensamento mesmo], corri léguas até ficar bem longe da verdade, até não ouvir mais minha consciência pedindo socorro por meu corpo.
E a vida continuou, agora com faculdade, outro emprego e a correria normal de quem trabalha e estuda. Depois de dois anos voltei a enfrentar a balança, eu tinha necessidade de pesar pois sabia que nada ia bem, mais uma vez ela foi espelho da minha rotina fora dos trilhos e desta fez gritou ao sentir 138kg sobre sua estrutura metálica. Neste dia minha consciência falou mais alto e a ideia começou a dar lugar a atitude...
A atitude que me refiro não foi uma reeducação alimentar ou prática de atividade física [não por enquanto], mas sim de ao menos ir pesar uma vez por semana, esse foi o começo de uma mudança que estou vivendo até hoje. Portanto se você morre de medo da balança, comece a rever este medo, é bem provável que ele esteja te dando um grande 'empurrãozinho' em uma escalada nada saudável. Comece agora, vá se pesar!
Ótima semana e até o próximo post.